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Teoria do desenvolvimento: a busca por soluções sociais

ONGs são vistas como agentes de intervenções culturais, na busca pelo equilíbrio de uma sociedade justa


A teoria do desenvolvimento é um conceito que surgiu do modelo de funcionamento das sociedades ocidentais ao norte do globo. Suas obras literárias, científicas, princípios políticos, artísticos e filosóficos influenciam o restante do mundo até hoje, e isso traz impactos.


Com ideologias políticas e econômicas, a teoria trata dos problemas causados pelo domínio de países do norte e busca possíveis soluções, na qual uma sociedade ao sul do globo é vista como parte principal da tomada de decisão.


É aí que surgem as Organizações Não Governamentais (ONGs) de lideranças locais, como agentes de intervenções socioculturais, capazes de melhor entender os problemas específicos de determinada população, dialogar e encontrar a melhor solução para um desenvolvimento eficaz.


Os principais estudiosos da teoria de pós-desenvolvimento argumentam que o desenvolvimento tradicional, moldado e direcionado pela modernização, sempre foi injusto, acreditando que nunca funcionou e, nesse momento em que o planeta passa pela maior crise sanitária, referente a Covid-19, claramente falhou.


Este modelo antigo, baseado na industrialização, resultou no conceito hierárquico, tanto de nações desenvolvidas, como de nações em desenvolvimento, onde são vistas como umas mais avançadas e superiores que outras. Assim, o modelo etnocêntrico (eurocêntrico), num mundo de recursos ineficazes e limitados, gera desequilíbrio de influência ou dominação por parte do ocidente.


Como o modelo de desenvolvimento tem funcionado no mundo?

O mundo, quanto sociedade, têm realmente desenvolvido de forma justa? Conceitos culturais e nações distintas têm sido respeitadas?

É possível uma globalização justa e eficaz para todos?


Refletir se realmente o planeta está num processo de desenvolvimento globalizado é a maior questão. A definição do termo globalização, traz consigo o conceito de integração global, econômica e cultural, essenciais para o avanço das nações. Acredita-se que a comunicação é um dos fatores principais para tornar um país "desenvolvido". Entretanto, desde o surgimento da internet, considerado um marco mundial de transformação, capaz de unir nações distintas através do conhecimento, ainda existem países com recursos ineficazes ou limitados, o que torna o conceito de desenvolvimento questionável. Se o mundo está em desenvolvimento, por que uns mais e outros menos?


A relação entre políticas de desenvolvimento, progresso, crescimento econômico e felicidade dos seres humanos, geram um círculo de esperança para uma construção ocidental. Já que o modelo tradicional, escrito na linguagem de ciências econômicas, não funcionou, a relação de políticas sociais com a teoria de desenvolvimento necessita, mais do que nunca, ser escrita na linguagem das ciências humanas.


O economista Muhammad Yunus explica que negócios sociais são, assim como ONGs, instituições com a missão de solucionar um problema social. Assim, todo investimento recuperado e lucro adquirido é reinvestido na própria empresa para ampliação do impacto social. O que torna o modelo social como agente primordial na conceito de desenvolvimento.


No estado do Rio de Janeiro, a ONG Mawon, permite uma janela para compressão se colocando como agente de promoção da integração de refugiados e migrantes, ao firmar-se como Negócio Social. Fundada pelos migrantes Robert Montinard (Haiti) e Mélanie Montinard (França) em 2017, e inserida a fundo nas realidades diárias da população migrante, a Mawon tem um olhar de dentro – e, portanto, real e empático – sobre a temática de migração no Brasil. A instituição busca meios para resolver questões jurídicas migratórias e ferramentas de integração econômica e social, como: aulas de português e cursos para geração de renda (empregabilidade e empreendedorismo) de migrantes e refugiados.


Na teoria do desenvolvimento, negócios sociais são vistos como soluções legítimas, já que o intuito é de superar a pobreza ou problemas recorrentes dentro da educação, saúde, acesso à tecnologia e meio ambiente. As atitudes, como as próprias ferramentas de integração para migrantes, tornam-se cruciais para minimizar ameaças às pessoas. São meios de repensar o mundo a fim de gerar a ampliação da sustentabilidade econômica e financeira das ONG e, desta forma, depender menos das doações e patrocínios de pessoas jurídicas.


A questão dos migrantes e refugiados entram na categoria de ações de micropolíticas como solução eficazes para o desenvolvimento.


Texto escrito por: Lucas Oliveira @lucaslissa_

Arte de divulgação: Jéssica Bertolino Ortiz

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