Organizações se adaptam aos termos, e ganham mais força e estabilidade no mercado
O campo de empreendedorismo social tem crescido cada vez mais. Empresas se adaptam ao conceito, a fim de melhorarem seus valores e deixarem mais claros os objetivos do empreendimento. O termo empreendedor social é definido como negócio que se mobiliza por uma causa e atua, na maioria das vezes, sem finalidade de lucro. Seja qual for o setor, o negócio passa pela definição de dois termos: negócio social ou negócio de impacto. Mas como saber em qual termo a empresa se encaixa? Para isso, é preciso ter claro na mente o que cada conceito significa.
Negócio social é uma iniciativa empreendedora que busca solução a uma questão social ou ambiental.
São empreendimentos que combatem o trabalho escravo, produção de serviços ou produtos acessíveis, geração de impactos positivos socioambientais, combate à pobreza, entre outros. O termo é caracterizado por negócios em que todo o lucro é utilizado para ampliar as atividades da própria empresa e garantir o impacto social.
Negócio de impacto, assim como negócios social, é um empreendimento que oferece de forma intencional modelos de soluções escaláveis para problemas sociais ou ambientais.
Como fortalecer a cidadania e os direitos individuais, empreendimento de comércio justo, promoção de oportunidades de desenvolvimento, entre outros. Muita das vezes, isso é realizado dentro da própria organização, com potencial de escala, rentabilidade, e distribuição de dividendos. Basicamente, é a retenção do lucro, o que, distingue este modelo do Negócio Social.
Dentre essas categorias de negócio, também existe o modelo, pouco usado, mas considerado primordial na prática de serviços de algumas empresas do ramo. O conceito é chamado de negócio inclusivo, que é quando os projetos são voltados para geração de oportunidades de emprego e renda para grupos com baixa ou nenhuma mobilidade no mercado de trabalho.
ONGs se encaixam em algum destes temas?
Segundo o economista e professor Muhammad Ynus, a terminologia Negócio Social se encaixa em uma organização que designa iniciativas auto sustentáveis financeiramente e que possuem uma missão social específica. Pensando nisso, a Mawon, que presta serviços ligados ao tema de migração, desenvolveu um modelo híbrido de negócio, como Empresa e Associação. Como empresa, a Mawon realiza documentação para migrantes e feiras culturais, cuja receita gera renda e/ou subsidia serviços para migrantes de baixa renda. Enquanto Associação, recebe verbas de patrocínio para elaborar projetos que visam a integração da população migrante, como aulas de idiomas e capacitação para geração de renda (empregabilidade e 'empreendedorismo').
Fugindo da lógica assistencialista, a Mawon nasce de uma real história de migração que busca fornecer meios e ferramentas para que outros migrantes sejam protagonistas das suas histórias. "A Mawon surgiu como modelo de ONG a partir das experiências dos fundadores na cooperação internacional e no 3° setor, mas se transformou e se afirmou Negócio Social em 2018, a partir de uma aceleração junto ao programa Ahead Labora da Oi Futuro e da Startup Farm", explica Mélanie Montinard, cofundadora da Mawon.
Com dois públicos-alvo majoritários, o migrante que busca meios para resolver questões jurídicas migratórias e o que busca meios e ferramentas de integração econômica e social, a Mawon estabelece o tema de empregabilidade e empreendedorismo como parte do modelo de negócio, e torna a articulação cultural como uma das principais metodologias.
Assim, com o modelo híbrido e pouco explorado no Brasil, a ONG se apresenta como Negócio Social. A Mawon segue com o intuito de respeitar o valor cultural de cada um, fornecendo oportunidades e apoiando na complexa dinâmica de integração no processo de migrantes e refugiados manterem-se legais no país. "O que começou como uma paixão pessoal virou um negócio social construído em torno de pessoas e assim seguiremos neste processo de evolução contínua”, explica Mélanie Montinard.
Texto escrito por: Lucas Oliveira @lucaslissa_
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